quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

cedo de menos

escolhas são simples de tomar
a facilidade reside nas palavras
escritas no papel, jogadas no ar

é a própria racionalidade em porção prescrita,
ensaiada com a naturalidade
de uma extensa terapia cognitiva

agora caminho, já sujeito,
dou passos de concreto,
mas não consigo não retrair o peito


sei bem, não é cedo
medo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

procrastinar

Sem saco pra fingir criar algo - trago neste inédito post a mais sincera preguiça.




Em caso de baixa serotonina, quebre o vidro e retire o chocolate.





Sem edição também porque não tenho saco, só com um crop para deixá-las mais quadradas.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

verão desbotando

Vontade de tirar fotos de meias compridas até os joelhos, de meias felpudas, com joaninhas e outras inhas estampadas - desde que cumpra sua função de esquentar.
Um par de pés perdido entre cobertas. Um chocolate quente para acompanhar seria bem vindo.

Só sei que quero inverno. Minhas fotografias do verão parecem já velhas e desbotadas.






Foto duplamente exposta e sem qualquer tipo de edição, só vazamento de luz mesmo haha.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

insolente romantismo

Do topo da minha praticidade, pensava em como organizaria meu próximo dia, agendava a consulta, projetava a assinatura. Com indiferença, ao lado das infinitas burocracias, marquei o dia da partida no calendário.

Racionalizava sobre como tudo estava se encaminhando de maneira satisfatória. Se pudesse, anexaria uma estrela de mérito, de maneira a me congratular pelas improvisaçõe extraordinárias que tomava em resposta aos desaforos da vida, sempre tão imprevisível.

Em uma pequena epifania indesejada, percebi como sentiria falta da tua pele. Não estava isso nos planos.
Lembrei daquele primeiro encontro atrapalhado meses atrás, que acabara na parada de ônibus. Enquanto esperava, ambos pensando se seria precipitado dar um novo passo(quem sabe um rápido beijo antes da ida? aconchegá-la pela cintura, culpando o frio?), os dois corpos, impacientes, iam se aproximando em segredo. Ao notar o único centímetro que nos afastava, você, com fingida despretensão, comentou: "daria um bom abraço."
E deu.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

do que passou

Seguir em frente nunca foi pra mim não olhar para trás. Ao contrário, deixo o peito contrair de desgosto, doer das decisões não tomadas, arfar de saudade - é depois de saber que o ontem não voltará que dou o próximo passo.

Pois, por mais que eu deseje, a areia do tempo jamais tornará a subir a ampulheta.




Agora deixo o dia me acordar e aguardo com uma xícara de café quente entre as mãos.