segunda-feira, 16 de maio de 2011

deslugar

Desalugamos a banheira. Ex-apartamento.





Duas fotos em dias diferentes, fotografos e fotografados tambem distintos.





A primeira é um making of de um video, aliás.

domingo, 15 de maio de 2011

ao teatro

Ganhamos ingressos pro Teatro Colón o outro dia. Além de coincidir com minha vontade de conhecê-lo, foi na semana em que eu tinha que fazer um exercício de fotografia que era "retrate um lugar", o professor como sempre nos deixou bem livres - só não valia complicar e premeditar. É sempre um desafio pra mim, que sou controladora e sempre desejosa do momento que ficou forado meu enquadre.





Eu, apesar da arquitetura impressionante, me fixei nas pessoas. Naquele conjunto de seres que sentavam-se ordenadamente, cada um em seu devido assento, esticavam o corpo para frente e bebiam daquela música que fluía acima das cabeças de todos. Distanciados, abstraídos.







E foi assim meio retrato, mais sobre o fim do que sobre a essência.

domingo, 8 de maio de 2011

future-to-be

Lia o livro tranquila, deitada em sua cama. Ao terminar mais um capítulo, desenfocou as páginas um momento e pousou o olhar sobre o lado desocupado do colchão - a luz do abajur do criado-mudo lançava um feixe singelo sobre o travesseiro intocado. As cobertas estavam perfeitamente estendidas. Não era uma pessoa particularmente organizada, nem tinha o costume de fazer a cama todos os dias. Hoje, porém, por algum motivo desimportante, alisou os lençóis cuidadosamente, como se a espera de uma visita. Olhava aquele vazio perfeitamente em ordem, irônico.

Virou-se sobre seu corpo e deitou de maneira a ficar frente a frente com o nada. Sabia que dali a dez dias, estaria olhando para o rosto dele, e não para a fronha branca. E por saber o futuro, isso modificava o seu presente...de algum modo, aquela noite que sequer acontecera, se transportava para aquele preciso momento atual.

Não tinha saudade, não sentia a falta, a ausência - e sim uma presença intrusa. Ele tinha entrado em seu quarto, pé ante pé, silencioso, enquanto ela estava distraída, mergulhada em uma história qualquer que não a sua, e astutamente a raptara para um outro dia, naquele mesmo cenário.


Não podiam suportar a incertidão do amanhã - o construíam cada noite, antes de dormir.