O reflexo no espelho já não lhe dizia que estava ali. Contava qualquer sorte de histórias - menina pálida de olheiras fundas quase estátua, não era ela. Recorreu a mirada pelo corpo nu em sua frente, que a encarava de volta com um olhar lento e apático, e buscava encontrar-se nele. Estava ali inteira: e se colocava em frente aquela mesma moldura todos os dias, na mesma posição. Mas parecia faltar algo.
Sabia o que era: a mão dele,recorrendo a pele por diferentes caminhos ( que sempre pareciam os certos), apontando cada beleza que encontrava. Ela já não podia ver sozinha, e qualquer outro que tentasse ajudar-lhe soava a seus ouvidos como falso, palavras que distorciam conforme se aproximavam ao corpo, derretiam - era como se falassem de alguém que não ela.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
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