segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

façade

Que vontade de mudar em mim!
De olhar as mesmas coisas e vê-las novas
Exercício diário de crer ser uma
O outro, de fora, aponta: és outra!

Espelho retorcido e empoeirado,
saia do meu caminho,
ou revele sua miragem,
pois creio ter sempre o igual sem forma.

Orbito minhas luas, transformo-me,
e no entanto, no quê?

Cada dia, cada lente, cada luz distinta
mostra um ângulo recém descoberto
Mas não é suficiente
- nunca encontro a real face e nunca saberei como arrancá-la.

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