quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Sentada no limite da calçada, encolhida, fumava seu cigarro: não tinha gosto, se o tivesse, seria de sarjeta. As outras pessoas na parada de ônibus esperavam ansiosas suas conduções, atentas aos letreiros no topo. A menina no chão também os olhava, mas os destinos lhe pareciam códigos... Um após o outro, nenhum indicava seu caminho.
Deu mais uma tragada só para manter suas mãos ocupadas, não sabia o que fazer com elas: pareciam grandes e ao mesmo tempo pequenas demais. Apertou a mochila pensando nos seus pertences que organizara prontamente, apesar de não se lembrar direito o que a fizera resolver ir embora. Talvez fosse melhor não levar nada. Se engasgou com a fumaça e jogou o cigarro longe, aquilo também não lhe fazia sentido.
Seu ônibus não chegava nunca.
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